Carta de uma mãe

Vem aí o Dia da Mãe e, mais que receber um presente vosso, quero, nesse dia, como em todos os outros, sentir o vosso cheiro doce e calmo, abraçar os vossos corpos pequeninos de criança, ouvir os vossos risos provocadores, descontrolados, despreocupados.

Mais que receber um presente vosso, quero cultivar as memórias que um dia florescerão em mim, no dia em que já não serei eu a acordar-vos, em que não apaziguarei os receios infantis, em que não beijarei uma mão que se magoou.

Mais que receber, quero dar. Dar é ser mãe. Quero dar cor aos vossos dias, horas e minutos. Quero dar calor aos vossos pequeninos e inquietos corações. Quero que dos meus olhos se entorne a ternura que em mim sobra. Quero dar-vos a certeza... que em mim é esperança. A certeza de um futuro sem dor, sem mácula, sem lágrimas, sem medos. A certeza de um mundo que vos queira, vos acolha, vos respeite, vos admire, vos auxilie.

Mais que receber, quero viver. Mais que nunca, quero estar viva. Viva para vocês, viva por vocês. Viva para vos presenciar, viva para adiar as lágrimas do dia em que serei apenas a estrela que vos olha e ama. Para sempre.

Eunice Guerreiro

'Não nasci da barriga da mamã. Então de onde venho?'

‘Mamã, se eu não vim da tua barriga, de onde vim?’ A mamã sorriu e, limpando-lhe carinhosamente a areia do nariz redondinho do filho, respondeu: ‘Meu amor, como sempre te dissemos, foste adoptado.’

‘Sim, mamã, isso eu já sei. Mas como? De onde vim? Há alguma parte do corpo que faz os meninos adoptados? O mano foi feito na barriga; agora tens aí outro bebé a crescer. E eu? Vim dos braços, das pernas, das tuas mãos?...’ perguntava o Gabriel, cheio de curiosidade.

‘Filhote, começaste por nascer de um sonho. Um sonho de muitas cores que a mamã e o papá tiveram numa noite em que o céu estava cheio de estrelinhas. (...)'


Este é o excerto de uma nova história que estamos a preparar. Uma história para ser contada, lida, observada, folheada por um menino que não nasceu da barriga. Nasceu de um sonho.

'O choro do violino'

De olhos mergulhados no livro que ando a ler e de alma ali esquecida, fui hoje subitamente interrompida no metro. Hoje não foi o cheiro nauseabundo de alguém nem a monocórdica ladainha daqueles que pedem porque nada têm. Não foi isso que me despertou. Foi o choro de um violino, gasto, velho, cansado. Cansado, mas orgulhoso dos sons que canta e dos olhares de admiração, poucos, que o contemplam.
Marquei a página, pousei o livro e concedi-me minutos de entrega. Triste melodia, ora gritante ora murmurante. Roubou-me um sorriso e uma lágrima.
As mãos que o tocavam eram mãos vividas, cheias. Cheias de anos, de dor, de labor. Olhos agradecidos. Podiam ser altivos, mas eram expectantes, olhos que roçam o desespero. Olhos que sorriram com o meu sorriso, olhos que se iluminaram com a minha lágrima. Olhos que vazam a sua música, por aí, como uma dádiva. Dádiva que poucos sentem. Dádiva que muitos ignoram.
Esses minutos deram um especial significado ao meu dia. Obrigado.

Eunice Guerreiro

'Era uma vez... a nuvem que me levou a voar'

Uma 'história para guardar no coração.' Um sonho materializado em palavras. Uma recordação de um Verão no Alentejo, o regresso a uma infância feliz partilhada com as cegonhas, os campos, as planícies.Era uma vez... a nuvem que me levou a voar.

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No Dia da Mãe, ofereça-lhe o seu amor... perpetuado em palavras.

Nesta altura do ano, apesar da crise, todos nós pensamos em oferecer algo às nossas mães. Os apelos são muitos e variados, desde roupa, relógios, experiências, livros, Cd's, DVD's... São de facto presentes agradáveis e que nós, mães, gostamos de receber. Mas, e se este ano pusesse um pouco de si no presente a dar à sua mãe?
Envie-me alguns elementos acerca da sua mãe, da vossa relação, da vossa história de vida e conceda-lhe o prazer de receber uma história personalizada, feita à medida do vosso amor. Garanto que os olhos dela brilharão e que este presente propocionará a ambos, mãe e filho(a), mais um momento marcante na história da vossa relação.

É hoje o grande dia!

Olá a todos.

Hoje materializa-se o sonho que uma linda lua de Março plantou na minha cabeça e no meu coração: o projecto 'Era uma vez... a história que sonhou'.
Um projecto que usa a palavra escrita para ajudar, para mimar, para formar, para celebrar.
Para conhecerem melhor o projecto, visitem as páginas no canto superior direito do blog: conheçam-me, conheçam a pessoa responsável pelas lindas ilustrações, saibam como tudo começou e aproveitem para ler duas histórias já hoje:
'A boca pequenina que dizia grandes mentiras' e 'Era uma vez... o Palácio da Pena' (página 'Exemplos de histórias').

Amanhã teremos aqui uma menina que voa... fiquem atentos.

Eunice Guerreiro